quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Será que é o fim?

Fui caminhando, então me perdi entre a multidão.
Tantos rostos, e em cada um deles uma história; vezes alegres, vezes tristes, porém, cada um com sua dor.
Pessoas desconhecidas, mal encarads, frustadas, amedrontadas: em cada semblante um jeito diferente de ser gente.
Gente que muito pode e nada faz, gente que chora com fome sem um pão para comer; uns poucos desperdicando muito e muitos sobrevivendo de migalhas.
Uma grande multidão sofrendo com dor e uma pequena parte causando essa úlcera e fazendo a doer.
Então me perdi...
Perdi-me sim, porque mesmo sabendo qual caminho a tomar, não encontrava mais forças para ir avante.
Estava cansado, com fome e com sede: cansado de injustiças, com fome de humanidade e com sede de vitórias e por tudo isso não deu para seguir...
Os meus ossos estavam quase quebrando, corroidos pela osteoporose do tempo, e o meu cérbero se encontrava com um tumor malígno chamado realidade.
Então parei...
Ai perguntei-me, será que é o fim?
Mais minha vontade de vitórias disse "não", a vida não para por aqui; o mundo ainda tem jeito.


Josemário O Poeta Caipira

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