A cada dia tu matas um pouco de mim, só que não percebes que essa parte que morre é você. Teu desapego, tuas desconfianças... A não prioridade de momentos ao meu lado... Cada ligação não atendia, cada mensagem sem respostas...
O pouco do seu tempo
que prefere priorizar outras coisas ao tempo em que ignora minha companhia, os
pedidos de "não me ligue" que não estou bem, embora nesse tempo postas
fotos em estado de plena felicidade, tudo isso é um pouco de mim que tu
matas...
Espero que tenhas
consciência de teu crime, e saiba que essa parte que morre é você.
Por mais que eu te
goste, que te venere, que te ame. Eu não posso aceitar que brinques comigo.
Antes de gostar de
você preciso gostar de mim, e é por isso que não irei aceitar que me mates...
A parte de mim que
esta morrendo é você... Você morre a cada vez que se esquivas, a cada vez que
me matas, e quando me machucas que esmaga meu coração, acho que não percebes
que estás se sufocado dentro dele. E ao tempo em que pensas me matar é você
quem morre.
Espero que tenha
convicção do que estás a fazer, e saiba que esse crime que hoje você está
prestes a cometer pode te aprisionar... As grades da prisão podem causar
feridas tiranas, e pode não haver tempo para se libertar nem para perdões.
Eu sinceramente não
queria, mas vejo que para não morrer serei obrigado a te matar. Sei que te
matando dentro de mim é um pedaço de minha vida que também morre, mas é melhor
viver sem um pedaço do que morrer por inteiro.
Queria poder renascer
amanhã, e quando a leve brisa do amanhecer tocasse o meu corpo fosse como uma
borracha que apagasse toda a minha angústia e dor, e que o sol aquecesse o teu
coração para que você me sentisse dentro dele, mas é perceptível que esse é um mundo
ilusório criado em minha mente, é que no mundo real a paisagem tem outro
cenário.
Acho que antes de me
matar você pode terminar morrendo, a vida é um jogo de riscos... É notório que
você não quer me perder, entretanto também não quer me ter; e nessa confusão de
tuas indecisões o preço pode ser a culpa ou a solidão. Eu não quero que morras,
mas também não vou aceitar que me mates...
Josemário de Carvalho
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