terça-feira, 20 de agosto de 2013

Não vou aceitar que me mates


A cada dia tu matas um pouco de mim, só que não percebes que essa parte que morre é você. Teu desapego, tuas desconfianças... A não prioridade de momentos ao meu lado... Cada ligação não atendia, cada mensagem sem respostas...
O pouco do seu tempo que prefere priorizar outras coisas ao tempo em que ignora minha companhia, os pedidos de "não me ligue" que não estou bem, embora nesse tempo postas fotos em estado de plena felicidade, tudo isso é um pouco de mim que tu matas...


Espero que tenhas consciência de teu crime, e saiba que essa parte que morre é você.
Por mais que eu te goste, que te venere, que te ame. Eu não posso aceitar que brinques comigo.
Antes de gostar de você preciso gostar de mim, e é por isso que não irei aceitar que me mates...


A parte de mim que esta morrendo é você... Você morre a cada vez que se esquivas, a cada vez que me matas, e quando me machucas que esmaga meu coração, acho que não percebes que estás se sufocado dentro dele. E ao tempo em que pensas me matar é você quem morre.


Espero que tenha convicção do que estás a fazer, e saiba que esse crime que hoje você está prestes a cometer pode te aprisionar... As grades da prisão podem causar feridas tiranas, e pode não haver tempo para se libertar nem para perdões.


Eu sinceramente não queria, mas vejo que para não morrer serei obrigado a te matar. Sei que te matando dentro de mim é um pedaço de minha vida que também morre, mas é melhor viver sem um pedaço do que morrer por inteiro.
Queria poder renascer amanhã, e quando a leve brisa do amanhecer tocasse o meu corpo fosse como uma borracha que apagasse toda a minha angústia e dor, e que o sol aquecesse o teu coração para que você me sentisse dentro dele, mas é perceptível que esse é um mundo ilusório criado em minha mente, é que no mundo real a paisagem tem outro cenário.


Acho que antes de me matar você pode terminar morrendo, a vida é um jogo de riscos... É notório que você não quer me perder, entretanto também não quer me ter; e nessa confusão de tuas indecisões o preço pode ser a culpa ou a solidão. Eu não quero que morras, mas também não vou aceitar que me mates...


                                                                                                                              Josemário de Carvalho

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