quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Quando de repente

E de repente tudo parece bem distante...
A nossa mente se confunde os pensamentos se misturam
Parece que mais nada é real e que o tempo conspira contra nós
Ninguém nos ouve, ninguém nos vê, ninguém se importa com nossa dor...

De repente você já não é tão forte como imaginava ser
E aquele sorriso que espelhava o teu rosto perde-se o brilho
Tudo é tão duro que de repente vira lágrimas
Teus pensamentos já não são tão férteis
E tua visão já não passa de uma paisagem embaçada

As pessoas que te cercam parece rirem de tua dor
E é visível que todos te negam um abraço
Até o vento ao soprar tua pele parece querer te bater
E a brisa do anoitecer parece que traz consigo uma triste canção

Nem o silêncio te conforta mais
E apesar de se sentir só, para todos os lados alguém te observa
O teu grito é mudo e ninguém ouve tuas lamentações
E nas madrugadas sombrias enquanto tentas acalentar tua alma
Percebe que foi a penumbra da noite que embrulhou a tua´alma
E nesse momento que percebes que a vida resolveu te castigar.

O nada é um bom motivo para teu choro
E o tudo é um nada para te acalentar
De repente tu esperas da vida aquilo que ela não pode te dar
Ou quer dar à vida aquilo que não podes oferecer...





terça-feira, 27 de agosto de 2013

Eu só queria que tu fostes embora


Eu não te peço muito, na verdade peço-te quase nada...
Mas seria muito bom se você pudesse me atender
Eu só queria que tu fostes embora
Que sumistes que me abandonastes
O que te peço é muito simples, quero apenas que me deixes.
Exclua-me, erre o meu caminho.

Seria bom se você nunca tivesse aparecido
Mas como você chegou só te peço para ir embora
Olha, quando for sair feche a porta viu?
Quero que sumas, e nunca mais passe por perto de mim.

Eu apenas quero voltar
Mas como você está em casa não me deixa sair
Quero sorrir, cantarolar, brincar
Mas você me provoca choro
Queria correr, voar e depois aterrissar
Mas você só me faz mergulhar na solidão do meu eu...

Ô tristeza, desapegue desse meu eu
Vá-te embora e me traga sabedoria
Cura-me desse espanto, dessa angústia
Devolva-me a alegria
Ô tristeza desapareça,
E devolva o meu ser
Suma na linha do horizonte
Por favor, me deixe viver...

Josemário de Carvalho

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Não vou aceitar que me mates


A cada dia tu matas um pouco de mim, só que não percebes que essa parte que morre é você. Teu desapego, tuas desconfianças... A não prioridade de momentos ao meu lado... Cada ligação não atendia, cada mensagem sem respostas...
O pouco do seu tempo que prefere priorizar outras coisas ao tempo em que ignora minha companhia, os pedidos de "não me ligue" que não estou bem, embora nesse tempo postas fotos em estado de plena felicidade, tudo isso é um pouco de mim que tu matas...


Espero que tenhas consciência de teu crime, e saiba que essa parte que morre é você.
Por mais que eu te goste, que te venere, que te ame. Eu não posso aceitar que brinques comigo.
Antes de gostar de você preciso gostar de mim, e é por isso que não irei aceitar que me mates...


A parte de mim que esta morrendo é você... Você morre a cada vez que se esquivas, a cada vez que me matas, e quando me machucas que esmaga meu coração, acho que não percebes que estás se sufocado dentro dele. E ao tempo em que pensas me matar é você quem morre.


Espero que tenha convicção do que estás a fazer, e saiba que esse crime que hoje você está prestes a cometer pode te aprisionar... As grades da prisão podem causar feridas tiranas, e pode não haver tempo para se libertar nem para perdões.


Eu sinceramente não queria, mas vejo que para não morrer serei obrigado a te matar. Sei que te matando dentro de mim é um pedaço de minha vida que também morre, mas é melhor viver sem um pedaço do que morrer por inteiro.
Queria poder renascer amanhã, e quando a leve brisa do amanhecer tocasse o meu corpo fosse como uma borracha que apagasse toda a minha angústia e dor, e que o sol aquecesse o teu coração para que você me sentisse dentro dele, mas é perceptível que esse é um mundo ilusório criado em minha mente, é que no mundo real a paisagem tem outro cenário.


Acho que antes de me matar você pode terminar morrendo, a vida é um jogo de riscos... É notório que você não quer me perder, entretanto também não quer me ter; e nessa confusão de tuas indecisões o preço pode ser a culpa ou a solidão. Eu não quero que morras, mas também não vou aceitar que me mates...


                                                                                                                              Josemário de Carvalho