Navegando no mar da desilusão, iluminado por uma
pequena chama que quebra a penumbra da noite.. O cri cri do grilo quebra o
silêncio e as ondas da saudade ao baterem no cais da esperança soam como
música. Minha pupila é dilatada por uma lágrima ácida e as minhas narinas
ofegam em um suspirar compassado.
Sou frio, sou calor, sou brisa e tempestade. Um ser
sem querer, sem poder, sem noção; uma chuva mansa sem enxurradas, um relâmpago
em pleno sol do meio-dia; o bradar de um trovão ao entardecer, o arco-íris no
jardim ao raiá do dia, um carnaval sem fantasia, uma vida sem sorriso...
O tudo e o nada, assim sou o amargo fugindo do doce;
o nocivo sem noção; o espanto sem susto e o grito sem dor; sou o açoite dos
ventos em um jardim sem flor; o medo do abismo e da escuridão, da dor; sou o
pecado sem salvação, o vinho sem pão, dos sonhos à desilusão...
Sobrevoando o céu da tua boca, degustei o mais puro
paladar; desfrutei do teu mel e fiz perfume do néctar da flor; sentir o frio no
calor do teu abraço e me afoguei em teu fogo de mulher; a minha meiguice feroz
de animal despertou em te a voracidade angelical, e subindo a montanha da maré,
consegui decolar em teu avião.
Subindo e descendo consegui te encontrar em meus
desencontros, ô bela, ô traste, ô anjo infernal; tu és a pureza das matas, és a
cinza do vulcão, és o sal do meu mel, és o suco da vaca; de Gutenberg à era
digital, meu bem, meu mau; a coragem no combate e o medo da falsidade; a
verdade muitas vezes é falsa, mas o mais importante é que mesmo embaraçado no
leito da morte sonhada eu ainda consigo viver intensamente.
Josemário o Poeta Caipira
Navegando no mar da desilusão, iluminado por uma
pequena chama que quebra a penumbra da noite.. O cri cri do grilo quebra o
silêncio e as ondas da saudade ao baterem no cais da esperança soam como
música. Minha pupila é dilatada por uma lágrima ácida e as minhas narinas
ofegam em um suspirar compassado.
Sou frio, sou calor, sou brisa e tempestade. Um ser
sem querer, sem poder, sem noção; uma chuva mansa sem enxurradas, um relâmpago
em pleno sol do meio-dia; o bradar de um trovão ao entardecer, o arco-íris no
jardim ao raiá do dia, um carnaval sem fantasia, uma vida sem sorriso...
O tudo e o nada, assim sou o amargo fugindo do doce;
o nocivo sem noção; o espanto sem susto e o grito sem dor; sou o açoite dos
ventos em um jardim sem flor; o medo do abismo e da escuridão, da dor; sou o
pecado sem salvação, o vinho sem pão, dos sonhos à desilusão...
Sobrevoando o céu da tua boca, degustei o mais puro
paladar; desfrutei do teu mel e fiz perfume do néctar da flor; sentir o frio no
calor do teu abraço e me afoguei em teu fogo de mulher; a minha meiguice feroz
de animal despertou em te a voracidade angelical, e subindo a montanha da maré,
consegui decolar em teu avião.
Subindo e descendo consegui te encontrar em meus
desencontros, ô bela, ô traste, ô anjo infernal; tu és a pureza das matas, és a
cinza do vulcão, és o sal do meu mel, és o suco da vaca; de Gutenberg à era
digital, meu bem, meu mau; a coragem no combate e o medo da falsidade; a
verdade muitas vezes é falsa, mas o mais importante é que mesmo embaraçado no
leito da morte sonhada eu ainda consigo viver intensamente.
Josemário o Poeta Caipira